Estamos vivenciando uma era de rápidas mudanças, que impactam não só no modo como compramos, consumimos ou vendemos produtos e serviços. Mas, especialmente, no modo como os negócios são geridos e as equipes são lideradas. Quanto mais enrijecido o modelo, maior a dificuldade para lidar com mudanças inesperadas. De tempos pra cá, os colaboradores também acabaram ficando mais exigentes. A era de trabalhar de sol a sol e sacrificar saúde, convívio com a família, lazer etc, ficou para trás. Justamente pelo aumento da compreensão da importância de uma vida mais equilibrada. Mas, que momento é esse em que vivemos?
- A velocidade é apresentada pelo ritmo muito mais acelerado, exponencial e não linear como que as coisas estão acontecendo
- A amplitude e profundidade das mudanças transformam não apenas o que e como fazemos as coisas, mas também quem somos e como nos comportamos, como agimos, como queremos trabalhar, como queremos comprar, etc.
- E o impacto sistêmico está sendo provocado, na medida em que sistemas inteiros se transformam, sejam eles empresas, segmentos de mercado, países ou a sociedade como um todo.
Estes três pontos, segundo Klaus Schwab, indicam o início da era industrial 4.0. E ficam ainda mais evidentes quando notamos a grande mudança que temos na forma como nos comunicamos com o mundo, como acessamos à informação ou produtos e serviços e também as formas como transitamos dinheiro, a forma como ouvimos música, assistimos filmes etc. E, até mesmo, a forma como nos relacionamos no campo amoroso.
Com o surgimento dos primeiros bancos digitais, por exemplo, que nos trouxeram menos burocracia e mais acesso aos serviços, ganhando rapidamente o mercado, com sua forma de atendimento diferenciada, os clientes mudaram suas expectativas em relação aos bancos tradicionais.
Ou seja, a tecnologia mudou o comportamento das pessoas e suas expectativas.
Óbvio que estas expectativas acabaram transbordando para outros segmentos. Quem sabe, o seu.
E o que mais muda? A forma de liderar e gerir. Assim, tornou-se (para muitos) um desafio implementar e praticar a liderança 4.0. Já se foi o tempo em que estar empregado era o suficiente para nos fazer satisfeitos. Essa expectativa mudou muito, pois agora as pessoas querem muito além disso. Querem trabalhar em organizações que valham a pena, querem ter estímulo e apoio para se desenvolverem, oportunidades, trabalhar com pessoas incríveis, ser valorizadas e consideradas em sua integridade. Não obstante, almejam a vida além do trabalho, dando grande valor ao tempo com filhos, amigos, família e também para outras atividades que façam sentido. Ou seja, o trabalho faz parte da vida e não mais é a vida quase que por inteira. E quem não quer isso, não é mesmo? O tempo em que acreditávamos ter de optar entre sucesso pessoal e profissional se foi. E o melhor, podemos ter tudo e isso passa também por líderes que entendam que uma coisa não depende de abrir mão da outra, mas é claro, velhas crenças precisam ser quebradas.
Para se ter uma ideia, o Fórum Econômico Mundial em 2020 propõe um capitalismo de stakeholders, consciente em contraponto ao capitalismo do acionista. E vermos essa discussão chegar nesse nível é um grande indicativo de que estamos no caminho certo. É preciso, também, compreender que esse é um processo, que demanda evolução de todos na organização e da maioria do mercado. E a liderança tem um papel importantíssimo: contribuir ativamente para esta evolução.
Tendo em vista que este é um momento em que as pessoas desejam muito mais do mundo, da vida, de seus relacionamentos, de seus empregadores e, consequentemente, de seus líderes, a liderança 4.0 dependerá de passar por pessoas empoderadas e autônomas. Mas o que é empoderamento? Falaremos disso no próximo texto de blog.