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Tudo que você precisa avaliar para revisar a cultura organizacional da sua empresa

Com as mudanças impostas pela pandemia a praticamente todas as áreas e serviços, alguns termos organizacionais passaram a ser muito discutidos como, por exemplo, transformação cultural. Isso porque com as restrições foi necessária uma rápida adaptabilidade para que os negócios seguissem na ativa. Aqueles que conseguiram, pouco ou nada sentiram de impacto. Muitos outros, ainda sentem o reflexo.

Mas antes de descobrir se a sua empresa precisa rever a cultura, é preciso entender sobre o que estamos falando. Um dos autores mais renomados da área de Administração de Empresas e Recursos Humanos, Idalberto Chiavenato, afirma que a cultura organizacional tem um papel fundamental na motivação dos colaboradores, defendendo que para o crescimento do negócio é preciso investir no público interno, que é o grande responsável pelo alcance dos resultados desejados.

Há um ano, uma pesquisa realizada pela PWC, uma das maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo, identificou que as organizações que possuem uma cultura diferente e presente na agenda dos líderes aumentaram a receita em 48%, o índice de satisfação da equipe em 80% e dos clientes em 89%.

Ou seja, não basta dizer que tem. Cultura não é discurso, é prática. Um dos grandes balizadores da cultura organizacional são os valores e, como já expliquei em outros momentos, estes são aqueles princípios que você não abre mão, que regem como as pessoas, independentemente do cargo, devem agir na empresa. O primeiro passo para perceber que o seu negócio precisa de uma transformação cultural, é observar se as atitudes estão desalinhadas com os valores, o que fica ainda mais evidente quando esse desalinhamento sofre zero interferência do gestor.

É importante relembrar que uma estratégia corporativa, seja de curto, médio ou longo prazo, deve ser construída levando em consideração os aspectos culturais da empresa. Então, se você não quer ser engolido quando uma nova crise surgir (se é que você conseguirá se recuperar da recente), precisa estar atento para não ficar tão atrasado em uma cultura que impacta a sua atratividade para talentos ou para clientes. Como diz a célebre frase de Peter Drucker:

“a cultura devora a estratégia no café da manhã”.

Processo evolutivo

Essa transformação não virá da noite para o dia. Ela exige tempo e, acima de tudo, um forte alinhamento das lideranças. É um processo evolutivo que pode gerar algum tipo de desconforto e/ou grandes mudanças. Durante o processo de transformação cultural da Gerdau, por exemplo, cerca de 50% da liderança havia sido renovada até 2020. E há tantos outros exemplos e cases para serem estudados.

Para saber se a sua empresa precisa passar por essa revisão, provoco algumas reflexões:

  1. Qual dor sua empresa vive hoje para considerar uma modernização cultural? Reter talentos, valorizar marca, questões financeiras ou com a concorrência, estratégia para crescimento?
  2. Nossa cultura é atrativa para talentos de diferentes gerações? Conseguiremos ter boas taxas de retenção? Conseguiremos atrair bons profissionais do mercado? Nosso modelo de trabalho e pacote de benefícios é atrativo?
  3. As lideranças são patrocinadoras e promotoras deste processo? O quão comprometidas elas estão? Nossos líderes são modelos dessa nova cultura que estamos desenhando? Nossos acionistas acreditam nessa nova visão?
  4. Os processos serão suficientemente ajustáveis para possíveis mudanças bruscas (como uma pandemia)? Nossas tecnologias permitem escalarmos processos, modular sistemas e acoplar novos produtos e serviços digitais, se necessário? Ou o impacto para a inovação é muito grande e caro?
  5. O mercado em que atuamos valoriza o que estamos desenhando? Nossos produtos e serviços sofrerão impacto? Se sim, quanto? Atrairemos novos investidores com essa mudança?

Responder a estas perguntas pode ser um bom começo para desenhar um processo de transformação cultural. Mas, acima de tudo, há uma coisa que não se pode mudar: a essência, da empresa e especialmente das pessoas, pois são elas que fazem a empresa. Tecnologia, processos, produtos, serviços podem ser facilmente copiados. A essência, jamais